Comentava, há dias no IARUMS, o radioamador Lou – VK5EEE,
sobre a impraticabilidade das bandas, devido ao QRM e as consequências daí advindas,
nomeadamente, o abandono da prática do radioamadorismo e a desertificação das
bandas.
A título de “um
bom exemplo”, Lou-VK5EEE cita o caso tailandês onde há ZERO piratas.
Na Tailândia
há 3 classes de amador (as regras gerais da ITU são as mesmas): Básica,
Intermediária e Avançada:
-
Básica permite operar em 10 metros (28 MHz) até 100W, bem como dois
metros (144 MHz) até 60W. Nos estações dos clubes a potência emitida pode
ir até 100 W. Aqueles que não possuem uma licença de rádio amador podem
operar numa estação de clube, sob supervisão. O exame para a
licença Básica(Novice) é mais fácil que o da Fundation em UK (pouco mais que
legislação).
A classe
não caduca, por isso, dos 246.959 licenciados, 97,1% são Básica. Apenas 717 (2,9%)
decidiram prestar provas para as classes Intermediária e Avançada.
- Os indicativos (de estação) expiram ao fim de dois anos, se não forem renovados e são reatribuídos a outros.
- Os indicativos (de estação) expiram ao fim de dois anos, se não forem renovados e são reatribuídos a outros.
- O
teste de código Morse é um componente do exame de radioamador de classe
intermediária e avançada.
Na
legislação tailandesa há algumas regras nacionais que, segundo o Lou, podem condicionar
comportamentos menos recomendáveis, tais como:
1. ninguém
pode adquirir um equipamento sem exibir uma licença;
2. ninguém
pode utilizar um equipamento importado sem inspeção;
3. ninguém
pode operar "algures" em móvel/portátil, tem de ter uma localização
identificada.
E, afirma, apesar da lentidão na obtenção de uma licença
(chegam a esperar 6 meses pelo exame) este sistema funciona!
Sendo a
Tailândia um país com 247.000 radioamadores (1 em cada 275 habitantes é
radioamador / em Portugalk é 1 para cada 1596 hab), tendo uma densidade
populacional idêntica à de Portugal, 132h/km2 (habitantes por kilómetro quadrado) PT
115h/km2, sendo mais pobres ($14.442 vs $26.306 rpc) mas mais instruidos
(96,43% vs 94,48%), numa população de 68 Milhões de pessoas (6,5 vezes superior
à de Portugal) como se consegue ter “radioamadores satisfeitos” e sem piratarias?
E se em
Portugal, a Anacom decidisse:
1- abrir os
10m e os 2m à categoria 3 (algo parecido com a antiga classe C) como forma de
se prevenir a pirataria, ou supervisões de coisa nenhuma, (algumas pagas!)?;
2-
condicionar a venda de equipamentos de amador à apresentação e registo do CAN,
poupando na fiscalização que é muito dispendiosa (e por isso...) e que a taxa
cobrada aos amadores não paga?
Exigir que
sejam os amadores a indicar a origem da interferência, não funciona...(não
somos delatores e, pelo contrário, pagamos para ter proteção!);
A Anacom,
junto de quem as propostas dos amadores parecem não vingar (há uma proposta há
6 anos, sem resultados...) terá de pensar melhor a sua estratégia ao invés de ouvir (alguns)
amadores e a ficar no que lhe parece...
Senão isto pode tornar-se impraticável.
José
Machado-CT1BAT
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