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Novidades sobre a Região 1 da IARU
Novidades sobre a Região 1 da IARU
O Grupo de trabalho da IARU C5 2011, VHF/UHF/Micro-ondas, que se reuniu em Sun City, República da África do Sul, foi participado por
Associações e Sociedades de Radioamadores de África, da Europa e da Ásia, totalizando 19 instituições de 14 entidades nacionais.
Também estiveram presentes delegados das Regiões 2 e 3, envolvidos nos trabalhos como observadores, uma vez que os convénios
inter-continentais foram tidos em consideração nas sessões de
planeamento de faixa de frequência (planeamento de banda).
Esta reunião foi presidida por Michael Kastelic, OE1MCU, o responsável
actual para a Região 1 do Comité de VHF/UHF/Micro-ondas. A secretariar
o encontro C5 esteve Riaan Greeff, ZS4PR, administrador da SARL (South
African Radio League) para as questões relacionadas com as faixas de
VHF, UHF e Micro-ondas.
Tornou-se mais uma vez claro que há muita actividade na Europa nestas
bandas. São conhecidos inúmeros concursos que acontecem todos os anos,
sendo a concentração de países e a respectiva proximidade uma vantagem
adicional para os contactos internacionais neste continente.
Foram porém identificadas várias particularidades comuns que ocorrem
também na África do Sul nestas frequências, demonstrando como
evidência de que o país não está a ficar para trás.
Ainda em relação aos representantes Europeus, destaca-se o facto de
terem levantado e identificado inúmeras questões relativas às
frequências atribuídas a estações repetidoras. Daí resultou que, após
algum tempo de profícua discussão, as sub-faixas atribuídas a
repetidores tenham saído incrementadas com duas novas extensões
específicas. Destaca-se nomeadamente a atribuição de frequências a
estações repetidoras digitais que sobressaem nas duas novas propostas
em VHF, nomeadamente 145,575 e 145,587.5 MHz.
A SARL terá estas propostas em consideração e contribuirá com o seu
planeamento final apenas após a próxima reunião do Conselho que trata
das questões relacionadas com as faixas de VHF, UHF e Micro-ondas. Com
a implementação das aplicações digitais TDMA aos repetidores de
telefonia, os Sul-Africanos podem mesmo vir a considerar 4 canais de
voz e a transmissão de dados utilizando apenas as duas frequências
propostas.
O congestionamento das possibilidades actualmente atribuídas às
estações repetidoras na Europa foi igualmente discutido. Daí resultou
a recomendação de aplicação dos tons CTSS de forma a permitir que
algumas estações possam operar na mesma frequência, mas permitam ainda
assim o acesso simultâneo de diferentes utilizadores [cada qual no
respectivo repetidor]. O mesmo já está a acontecer na África do Sul,
em particular zona de Gauteng, mas noutras partes do país, onde o
problema ainda não se verifica, a utilização de tons de protecção
ainda não é prática corrente.
Embora as faixas atribuídas nos 6 m, 4m, 2 m, 23 cm, assim como
noutras bandas de micro-ondas, tenham sido mais uma vez revistas,
apenas pequenas alterações de pormenor foram efectivamente aceites
desta vez.
Uma das ligeiras alterações prendeu-se com as sub-faixas atribuídas às
radiobalizas, embora tenham sido apenas mudanças pouco significativas.
Em breve vai ser publicada informação actualizada sobre estas
mudanças.
Mais uma vez se confirmou que o contacto directo entre os
representantes das várias associações se revelou extremamente
produtivo.
A sétima conferência GAREC que teve lugar em Sun City é por todos
reconhecida como um estrondoso sucesso. A contribuição de inúmeros
delegados foi bastante instrutiva, rica e interessante!
Em representação da África do Sul esteve Eddie Leighton, ZS6BNE, com
uma prelecção sobre as vantagens de adesão aos novos sistemas digitais
(advantages of "going digital"). Este assunto será alvo de maiores
atenções, à medida que forem persistindo os problemas de interferência
mútua causados pela propagação.
Outra contribuição esteve a cargo de Craig Lambinon, dirigente do
National Sea Rescue Institute (NSRI). Craig proporcionou à assistência
uma óptima imagem sobre as actividades da instituição que representa e
as operações de salvamentos no mar em toda a linha costeira da África
do Sul. No final da sua apresentação foi divulgado que o NSRI e as
redes de comunicações do Serviço de Amador procurarão trabalhar para
parcerias futuras. O orador referiu mesmo que para além de ser um
benefício mútuo para ambas as partes, essa parceria se justificava no
papel que tanto os Radioamadores como o seu Instituto desempenhavam no
salvamento de vidas humanas em situações de emergência.
A próxima ronda GAREC terá lugar na Malásia, em Kuala Lumpur, já no
próximo ano, sendo que as candidaturas da Suíça e Estados Unidos da
América se perfilam já para 2013 e 2014.
Os assuntos relacionados com HF foram discutidos no encontro do grupo
C4, o qual foi conduzido pelo dirigente máximo para a Região 1, Ulrich
Mueller, DK4VW. A África do Sul foi representada pelo colega Geoff
Levey, ZS6GRL.
O assunto que causou maior discussão foi a "definição de um QSO".
Após 3 reuniões, foi decidido adoptar-se a definição que consta no
manual de VHF/UHF, ou seja, um contacto é considerado válido quando os
dois operadores durante o mesmo tenham:
1. conseguido obter a identificação mútua com sucesso.
2. recebido uma resposta da outra parte sobre as condições de recepção
da sua emissão.
3. recebido uma confirmação de que essa identificação e o relato sobre
as condições de recepção estão correctas.
Esta definição enfatiza a responsabilidade dos operadores na
integridade do contacto.
Foi igualmente decidido que o actual segmento prioritariamente
destinado à telegrafia em concursos, compreendido entre os 7,000 e os
7,025 MHz seria retirado do plano de bandas para a Região 1. Ainda
assim, foi deliberado que as associações deveriam encorajar os
organizadores de concursos a incluírem, nos regulamentos dos mesmos,
um segmento limitado nas sub-faixas destinadas à telegrafia para os
concorrentes em CW. Esses segmentos específicos para cada concurso
ficarão ao critério dos organizadores, contudo apela-se ao respeito
pela actividade prevista de quem não está a concorrer.
Outra proposta que resultou desta ronda foi a iniciativa da IARU
defender, na próxima conferência mundial da ITU, um alargamento da
faixa dos 160 metros para a Região 1, nomeadamente com um incremento
de 10 KHz no início da mesma, passando essa fronteira dos actuais
1,810 MHz para os 1,800 MHz.
Paralelamente tentar-se-á propor uma sub-faixa de utilização
secundária no outro extremo, entre os 1,850 MHz e os 2,000 MHz.
Igualmente previstas ficaram negociações prioritárias entre a IARU e
as autoridades (ITU?) para uma expansão na faixa dos 10 MHz.
Na faixa dos 10 metros foi decidido alargar o número de canais das
estações repetidoras em FM para 8.
Por outro lado, as ligações entre duas estações através da Internet
ficarão restritas a experiências ou comunicações de resposta à
emergência e somente abaixo dos 28 MHz, no entanto esta deliberação
não reuniu consenso e foi aprovada por 4 votos e 1 abstenção.
A terminar, foi ainda aprovado uma espécie de "código de conduta para
o DX", tendo sido recomendado aos operadores adoptarem os seguintes
procedimentos:
. Escutar, escutar e escutar de novo antes de fazer uma chamada.
. Apenas fazer uma chamada caso se escute a estação de DX em condições
aceitáveis.
. Não se basear apenas no "DX Cluster" e certificar-se com segurança
do indicativo da estação de DX pretendida, antes de fazer qualquer
chamada.
. Não interferir com a estação de DX nem com alguém que esteja a
chamá-la, nem proceder à sintonia da respectiva estação na frequência
de DX ou na de escuta da estação de DX (frequência de QSX).
. Esperar sempre pelo fim de um contacto da estação de DX, antes de
iniciar uma chamada.
. Emitir sempre o respectivo indicativo de chamada completo.
. Fazer sempre um intervalo razoável entre chamadas, nunca emitindo
continuamente.
. Nunca emitir quando a estação de DX chamar por outro indicativo que
não o respectivo.
. Nunca emitir quando o operador de DX solicitar apenas outro tipo de
indicativo (prefixo) diferente do respectivo . Nunca emitir quando a
estação de DX solicitar apenas outra área geográfica diferente da
respectiva.
. Quando o operador de DX solicitar a respectiva estação, não repetir
o indicativo continuamente, a não ser que haja a clara percepção de
que o mesmo foi mal entendido ou interpretado incorrectamente.
. Mostrar-se agradecido se e quando fizer um contacto.
. Respeitar sempre os colegas Radioamadores e procurar manter sempre
uma conduta que conquiste o respeito dos mesmos.
Fiquem atentos a mais novidades sobre a Região 1 durante as próximas semanas.
Fonte original do artigo: The South African Radio League
( Tradução livre do documento original em inglês disponível em:
http://www.southgatearc.org/news/august2011/iaru_r1_news_2108.htm para
português por Miguel Andrade (CT1ETL) )
Transcrição integral do trabalho publicado em ARLA-Cluster por Miguel Andrade ( CT1ETL )
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