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Radioamadores vs proteção civil

Está a chegar o Inverno e, com ele, as imprevisíveis inclemências da Natureza.
Ainda que com alguma dificuldade, lá encontrámos, na página da Autoridade Nacional de Proteção Civil o “alerta” ( que era suposto estar em destaque na página de abertura, mas não…quem o quiser ver vai a SITUAÇÃO OPERACIONAL  e, lá no fim, há um link para os ALERTAS DE PROTEÇÃO CIVIL…) dizia, que há um “alerta”
SITUAÇÃO ADVERSA
Chuva ,vento forte e agitação marítima
EFEITOS EXPECTAVEIS
Piso escorregadio e formação lençóis de água; Cheias rápidas; Danos estruturas; Acidentes na orla costeira.

em todos os distritos, para o período das 12:00 h de 23/10 até às 12:00 h de 24/10.
Mas, o que é que isto tem a ver com os Radioamadores? Sim, porque independentemente de alguns exercícios em jipes de bombeiros de que vamos tendo notícia, os Radioamadores não têm preparação de socorrismo (qualquer um que a tenha é por exceção e não constitui a regra).
Quem tem preparação para socorrer são os bombeiros, não sei se as forças policiais (ou sei?) ou, talvez, os militares …
Os Radioamadores o que sabem (e bem!) é COMUNICAR e são os únicos que têm condições de o fazer em absoluta independência dos meios tradicionais de comunicação e das fontes de energia que suportam esses meios (telefones, telemóveis, etc).
Mas para isso seria necessária uma grande catástrofe ?!?
Nem por isso… Certamente já viram um bairro ficar sem luz devido à queda de um ramo de árvore… já houve um apagão devido a uma (pobre) cegonha…um fenda provocada por um sismo que corta um cabo de comunicações ou de energia… e sem energia as centrais telefónicas não funcionam, os telemóveis emudecem, os repetidores dos bombeiros, polícia, proteção civil, simplesmente, deixarão de funcionar ao fim de algum tempo, se os geradores arrancarem! Resta-nos saber (ou não?) se a moderna rede (digital) SIRESP funciona sem a rede de cabo… e assim acontece com tudo o que é suportado na chamada rede digital. Até, no caso dos Radioamadores, o DStar, a maioria dos repetidores e Echolink, chau!
Quem sobra com condições de se comunicar?: - Os Radioamadores, em rede rádio analógica! Eventualmente os militares afectos às radiotransmissões. Com uma diferença: os Radioamadores estão por todo o lado e não dependem de qualquer estrutura que lhe forneça os meios ou que lhes dê a ordem.
Primeiro porque, os Radioamadores, têm meios/condições de o fazer em autonomia, porque conhecem os meios e são especialistas em “Comunicação”! Porque testamos regularmente os nossos rádios e antenas e sabemos construi-las; porque estamos treinados a interpretar os sinais mais débeis, para isso treinamos QRP; porque em qualquer estação, há sempre um acumulador, um alimentador de emergência, um portátil com uma ou duas baterias, … sabemos comunicar por sinais, de morse ou bandeiras… Porque temos consciência da imprevisibilidade da mãe Natureza e da fragilidade dos meios de comunicação! Porque somos membros de uma comunidade e estamos, como sempre estivemos, ao seu serviço!
Mas, preocupações para quê?
A Proteção Civil, em caso de necessidade, requisita (?!?) os escuteiros, os radioamadores, os… toda a população que são todos “ voluntários de proteção civil” ?!? Isto se o prédio da dita não cair primeiro, se encontrarem o papel onde está escrito o nº de telefone, se os telefones funcionarem e se, de todo, concluírem que não o conseguem fazer com os, bem equipados, carros de comunicações. Sim, porque há um canal rádio de comunicação entre a PC e as associações que têm protocolo com a ANPC … experimentem fazer uma chamada de teste e ficam a saber que … o canal não funciona...
Assim, só nos resta enquanto detentores de meios de comunicação autónomos, de conhecimentos suficientes,  de treino nos nossos field day e exercícios simulados de emergência, estarmos preparados, em especial nestas alturas para, em qualquer momento, zarparmos para um sítio seguro com os nossos rádios, baterias  e antenas e pôr a nossa rede a funcionar, porque a comunidade pode precisar dela.

Colega Radioamador, de acordo com a sua disponibilidade tenha, pelo menos e sempre em prontidão incluído no seu kit de emergência, 1 portátil de VHF, com uma bateria suplente carregada ou uma bateria e uma antena vertical que possa levar para o campo. Em caso de emergência, sintonize o canal de chamada (145.500 MHz) e mantenha-se em escuta, emitindo apenas para assinalar a sua presença ou se fôr chamado.
Se tiver possibilidade de estar no campo, equipado com HF, sintonize as frequências de emergência em 40 ou 80 metros (7110 KHz ou 3760 KHz).

Estar "permanentemente" preparado é, apenas, o que nos falta.
Neste domínio, o “agente de proteção civil” na sua comunidade é você Radioamador!
O resto … não nos diz respeito.
Lembre-se do nosso lema: MESMO QUANDO TUDO FALHA…UM RADIOAMADOR ESTÁ OPERATIVO!!!

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